segunda-feira, 3 de abril de 2023

Disco AVE


Bom dia, cunhãs e curumins da minha aldeia!
Este ano minha primeira gravação completa 38 anos.
Gravar esse primeiro disco, o compacto simples AVE, foi uma das maiores epopeias da nossa linda história musical. Naquele ano de 1985, gravar um disco significava dispor de uma quantia vultuosa de dinheiro, sem contar o deslocamento obrigatório, pois só se gravava no Rio de Janeiro ou São Paulo. Disco independente era uma raridade de poucos artistas do sul maravilha, tais como Antonio Adolfo, Almir Sater e + um ou outro. A grande sacada veio do poeta e parceiro Eliakin Rufino, que me estimulou e, juntamente com seu irmão, o artista plástico Eliezer e outros amigos, criaram uma espécie de VALE DISCO, e me ajudaram a vender antecipado, a metade da tiragem, que seria de mil cópias. Foi uma batalha, vender de porta em porta, nas repartições públicas e em apresentações relâmpagos que fazíamos pra alavancar as vendas. Tudo isso, numa bicicleta monareta e com muita cara de pau (eu não tinha nenhum trabalho gravado) durou uns 5 ou 6 meses, até eu voltar com os discos e fazer o lançamento, como havia prometido, no Cine Super K, que na época era uma sala linda, com 750 confortáveis poltronas e uma arquitetura mista invejável. Eram tempos difíceis de hiperinflação, que me obrigava a depositar a grana das vendas, diariamente, numa aplicação financeira chamada Over Night, pra não perder muito. Mas quando eu cheguei no Rio, o que era pra ser um compacto duplo, com 4 musicas, têve que ser reduzido pela metade, inclusive com o meu próprio manuscrito na contra-capa, pra economizar ainda mais no trabalho gráfico.
Muitas pessoas foram importantes naquele momento. Seria difícil e leviano da minha parte, tentar nominar tanta gente boa, passado tanto tempo. Mas o fato é que conseguimos passagem aérea, hospedagem, ajuda de custo e o escambáu. E como nunca tinha ido ao Rio de Janeiro, tive que contar também com a força de alguns amigos que já moravam lá a alguns anos e se colocaram a disposição.
Tenho orgulho disso. Acreditem!
Sou muito grato a todos que, de lá pra cá, me ajudam a escrever essa história linda, que ainda tem muito pra cantar.
Bjs e abraços nos corações e até+


 

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